EndoPelvic - Centro Multidisciplinar de Endometriose

Psicologia para enfrentar a endometriose

Sentimentos de enorme inferioridade sufocam as mulheres que passam por esses problemas. Criadas numa sociedade em que o ponto máximo da feminilidade é a maternidade, a esterilidade é uma bofetada no ego já machucado dessas mulheres, gerando culpa, revolta, tristeza profunda, dúvidas e angústias com esse diagnóstico, além de uma série de frustrações e conflitos como raiva, ansiedade e medo - sentimentos comuns em todas as pessoas que se descobrem com uma doença crônica.

Segundo a psicóloga Aline Silveira, nesse meio tempo, muitas são as crises de ansiedade pelas quais as mulheres passam, tentando engravidar. “Assim acabam, muitas vezes, desenvolvendo um quadro de depressão e estresse que, se não for tratado, trará graves consequências, dentre elas, o agravamento da doença em si já existente”, comenta.

Aline relata que toda doença crônica, seja ela qual for, exige do paciente um trabalho permanente no sentido do seu bem-estar e da superação dos percalços inerentes à patologia. “Desistir e se entregar é sempre o caminho mais fácil, mas certamente não melhor a ser seguido. Contar com a ajuda psicológica é de fundamental importância. Sugiro que a mulher conte com aquela que de fato mais deve querer o seu bem-estar: ela mesma! E assim tomar a atitude a seu favor. Buscando uma ajuda especializada”, recomenda a psicoterapeuta.

O tratamento psicológico tem como principal objetivo transmitir informações sobre a endometriose e miomas e promover a reabilitação do bem-estar físico, emocional e social das mulheres com a doença. “Considerar o aspecto emocional no tratamento da endometriose é compreender a associação existente entre esse fator, a doença e seus sintomas para estabelecer um tratamento mais afetivo, garantindo atenção para as queixas físicas e emocionais”, enfatiza a especialista.

Considerada uma doença do mundo moderno, ela tem como a depressão e o estresse os fatores mais importantes no seu desenvolvimento e tratamento. “Atualmente, a mulher é extremamente cobrada de diversas formas pela sociedade e por ela mesma. O resultado é se sentir sobrecarregada e com vários e pesados conflitos emocionais. Reconhecer a influência de suas emoções no enfrentamento da endometriose certamente fará com que essas mulheres se sintam mais seguras para superar as dificuldades naturais do tratamento”, salienta a terapeuta.

É imprescindível mudar a qualidade de vida. A endometriose tem estreita relação com o sistema imunológico. “Portanto, quem tem a doença deve desenvolver um estilo de vida mais saudável. A prática regular de exercícios, alimentação balanceada e uma boa cabeça para lidar com a ansiedade e com o estresse são fundamentais, já que o fator emocional tem grande influência no desenvolvimento da endometriose”, argumenta Aline.

O apoio da família e amigos são fundamentais para que ela não se sinta sozinha e com sentimentos de inferioridade - o apoio especializado, com técnicas e métodos para tratar o estresse, depressão, ansiedades e os medos, assim como não se afastar do convívio social, farão com que a mulher se sinta mais segura para superar as dificuldades naturais do tratamento para conseguir engravidar. “A intervenção psicológica com a psicoterapia cognitivo comportamental busca um autoconhecimento – correlação entre corpo e mente, aceitação, significado e enfrentamento da doença e dor, estresse – teoria e manejo dos sintomas, endometriose – conceitos atuais e tratamentos disponíveis, e sexualidade”, informa a psicóloga.

Finalizando, Aline explica que é abordado discussões sobre relacionamentos afetivos (familiares e sociais) e estratégias de resolução de problemas, buscando resgatar a qualidade de vida da paciente que foi interrompida com a doença e assim compreender o acontecer psíquico neste dado momento. Também visa compreender os mecanismos psíquicos da endometriose, sua função na vida do paciente, para assim tornar possível uma visão ampla do que está acontecendo, auxiliando o paciente no processo terapêutico.

Fonte: http://www.jornalfolhadosul.com.br/noticia/2014/01/07/psicologia-para-enfrentar-a-doenca

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