Ablação de Miomas Uterinos por Radiofrequência
Nova possibilidade de Técnica Minimamente Invasiva
Uma nova técnica tem surgido com promessa de tratamento aos miomas. Trata-se da ablação do(s) mioma(s) por radiofrequência. A técnica faz parte do grupo de procedimentos minimamente invasivo. O procedimento não necessita internação, a anestesia é sedação e não anestesia geral. Geralmente as altas são dadas em torno de três a quatro horas após o termino do procedimento, sem a necessidade de internação. Quanto a dor no pós operatório, as pacientes tomam analgésicos comuns para cólica menstrual. O melhor neste procedimento e que as pacientes retornam as suas atividades profissionais em torno de 3 a 4 dias e quanto a estética não ha corte.
Como toda técnica, nem todas as pacientes podem ser abordadas por ela. Estudos inicias aqui no Brasil sugerem e recomendam que pacientes com até 5 mioma e com tamanho até 8 cm estão incluídas neste protocolo de tratamento. Outro fator a ser considerado e a localização dos miomas (veja no desenho abaixo a localização que mais indicamos este procedimento).
O procedimento consiste na localização do(s) mioma(s) através de uma sonda transvaginal (como a que se faz um ultrassom transvaginal normal). Nesta sonda é acoplada uma agulha (como a que se faz biopsia de próstata). Esta agulha está conectada a um gerador de energia através de um fio. Ao se ter certeza da localização do mioma a ser tratado, a agulha e introduzida até o mioma e procede-se a ablação (destruição) do mioma.
No esquema abaixo está representado a Classificação dos miomas segundo a FIGO (Federação internacional de Ginecologia e Obstetrícia). Os mioma que indicamos este procedimento são aqueles classificados de zero (0) ao 5 (cinco). Demais têm suas indicações por outra técnica ou via.
Os resultados são promissores:
- em torno de 95% das pacientes tiveram redução do volume do fluxo menstrual num período de ate 12 meses pós procedimento.
- em torno de 96 % relataram diminuição dos sintomas relacionados ao mioma.
- a maioria das pacientes (97%) disse estar satisfeita com o tratamento (70% estavam "muito" satisfeitas e 18% "moderadamente" satisfeitas) e que o recomendaria para outras pessoas.
- não foram observados eventos adversos relacionados com o aparelho. Foram informados eventos adversos não graves relacionados com o procedimento por 50% das pacientes, como por exemplo, eliminação de fragmentos de mioma por via vaginal (30,6%), cólicas ou dor (7,5%), leucorreia (6,1%) e infecção geniturinária sem complicações (4,8%).
Os resultados acima são do estudo Sonography Guided Transcervical Ablation of Uterine Fibroids (Sonata), 12 meses após a intervenção inicial, foram publicados na edição de janeiro do periódico Obstetrics & Gynecology pelo Dr. Scott Chudnoff, médico do Stamford Hospital, em Connecticut, e colaboradores.
A técnica é nova aqui no Brasil e por isto ainda não temos nossos resultados para serem divulgados.
Vale a pena acompanhar as noticias a respeito do novo procedimento que promete tratar mioma em pacientes que desejam preservar seus úteros com técnica minimamente invasiva. Estamos a disposição para maiores esclarecimentos.
Classificação dos miomas - FIGO - PALM-COEIN
- 0: Intracavitário, pediculado
- 1: Submucoso, < 50% intramural
- 2: Submucoso, > 50% intramural
- 3: Intramural, tangenciando o endométrio
- 4: Intramural
- 5: Subseroso, > 50% ntramural
- 6: Subseroso, < 50% intramural
- 7: Subseroso, pediculado
- 8: Outros (ex. cervical, parasita)
Miomas híbridos: afetam tanto o endométrio quanto a serosa.
Exemplo: Classificação 2-5: quando o nódulo possui componentes submucoso e subseroso, com menos da metade do seu diâmetro nas cavidades endometrial e peritoneal.