Como a mulher com endometriose pode lidar com a vida sexual?
A endometriose é uma doença crônica e inflamatória caracterizada pelo crescimento de endométrio (tecido que reveste o interior do útero) e/ou estroma (tecido de sustentação de um órgão) para fora da cavidade uterina, sendo que os principais locais acometidos estão localizados na região pélvica, como ovários, intestino, reto e bexiga. Esta doença está diretamente relacionada ao hormônio estrogênio, ocorrendo durante o período reprodutivo da mulher e sendo rara após a menopausa.
Durante o ciclo menstrual, o estrogênio estimula o crescimento do endométrio, preparando o útero para receber um óvulo fecundado. Quando a fecundação não ocorre, o útero elimina este excesso de endométrio por meio da menstruação. No caso da endometriose, o estrogênio circulante na corrente sanguínea, além de estimular o endométrio presente na cavidade uterina, também estimula o endométrio que está fixado em outros órgãos do organismo, ocasionando um processo inflamatório no local acometido.
Como a mulher com endometriose deve lidar com a vida sexual?
O processo inflamatório decorrente da endometriose pode causar vários sintomas, tendo como principal a dor durante a menstruação e a dispareunia (dor recorrente que ocorre durante ou após o ato sexual).
A dispareunia pode levar a mulher a evitar o sexo, ocasionando sofrimento, angústia ou dificuldade na relação com o (a) parceiro (a) tornando a mulher incapaz de participar da relação sexual como desejaria. Estudos afirmam que a experiência da dor limita a atividade sexual para a maioria das mulheres com endometriose e isso resulta em baixa autoestima.
Para evitar este principal sintoma da endometriose é preciso manter o acompanhamento com uma equipe multiprofissional com médico, enfermeira, psicólogo, fisioterapeuta e terapia sexual na rotina das pacientes e de seus parceiros. O tratamento é baseado em uso de medicamentos, psicoterapia de casal, cirurgia, entre outros. Se o tratamento for realizado de forma adequada ocorrerá uma melhora na sexualidade, na autoestima, da dor, além de um melhor relacionamento com o (a) parceiro (a).
Essa disfunção sexual pode ocasionar malefícios como a depressão e a ansiedade, devido à redução da libido e da autoestima, diminuição da frequência e do interesse sexual e perda da feminilidade. É de extrema importância tratar a depressão e/ou ansiedade para melhorar a qualidade de vida da mulher com endometriose.
O aumento do fluxo menstrual é normal com o uso de medicamento?
Não existe um tratamento ideal para todas as pacientes, devendo ser avaliado pelo médico, levando em consideração a idade e os sintomas que a endometriose apresenta.
O dienogeste é um novo progestágeno utilizado como alternativa para à redução da dor associada a endometriose. Comparado com os outros medicamentos, o uso do dienogeste foi associado ao sangramento irregular em maior frequência, porém, com menos queixas de ondas de calor.
O tratamento com dienogeste altera o padrão do sangramento menstrual na maioria das mulheres, se o sangramento for intenso e contínuo pode causar anemia. Nestes casos é preciso consultar o médico para uma melhor avaliação.
Cuidados a serem tomados
Caso ocorra aumento de fluxo menstrual, alguns cuidados podem ser tomados para evitar complicações, como:
-Busque orientação médica e informe sobre o ocorrido;
-Diminua o intervalo das trocas de absorventes, para evitar infecções;
-Se possível utilize absorventes noturnos, por reter maior capacidade de fluxo;
-Alimente-se corretamente;
-Beba bastante liquido.
Fonte: https://cuidadospelavida.com.br/saude-e-tratamento/endometriose/vida-sexual-mulher-com-endometriose